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terça-feira, 13 de outubro de 2015

Revolução Francesa

Os antecedentes da revolução

A França, atual país europeu, às vésperas do ano de 1789, era uma monarquia absolutista, ou seja, governada por um rei com poderes absolutos. Isto significa que o poder era centralizado e que qualquer oposição seria duramente repreendida. Este tipo de governo marcou os estados europeus modernos, ou seja, os reinos surgidos após o declínio do sistema feudal medieval. 

O reino francês, social e economicamente falando, estava dividido em 3 classes, ou como é comum nos livros de história, estados: clero, nobreza e povo. Formava-se uma espécie de pirâmide, onde primeiro vinha o clero (relacionado à Igreja Católica), em segundo vinham os nobres (amigos do rei e toda a aristocracia = ricos e privilegiados) e, abaixo, no alicerce da pirâmide, quem realmente sustentava os privilégios dos dois primeiros estados: o povo. Neste último estado podemos incluir também a burguesia, que era constituída pelo grupo de comerciantes e donos tanto de pequenos como grandes estebelecimentos comerciais (não esqueçamos que na Idade Moderna irão surgir os elementos necessários ao surgimento do capitalismo atual).
Em resumo, temos o seguinte quadro da sociedade francesa do século XVIII (18):

 

Não podemos esquecer que os estados europeus modernos tiveram como regra a adoção de governos aliados à Igreja, isto é, governos que não eram laicos (Estado separado da Igreja).
Às vésperas da revolução, o terceiro estado via-se em uma situação de extrema pobreza e com consciência de um futuro muito pior, caso nada fosse feito para mudar a situação. Junto disso, tinha-se a insatisfação da burguesia, que apesar do acúmulo de capital, não possuía participação política e, ao mesmo tempo, era a que mais pagava impostos para manter os luxos dos dois primeiros estados. Lembrando que o rei francês neste contexto era Luís XVI.
Nessa linha, podemos falar em revolução burguesa, pois como veremos, será a burguesia que disporá ao restante do terceiro estado elementos, inclusive psicológicos, para a formação de um corpo social ávido por sangue monárquico. 

Os ideais iluministas

Não podemos esquecer que o século XVIII foi um século de mudanças, não só na Europa, como no mundo todo. Basta olharmos para a América do Norte e percebermos que em 1776 as colônias norte-americanas rebelaram-se contra o domínio inglês, obtendo, na década de 1880, uma vitória histórica sobre a metrópole. Este fato, muitos dizem, acendeu o espírito rebelde nas sociedades que se achavam exploradas, principalmente as que dispunham de embasamentos iluministas. E é este o ponto que devemos enfatizar agora.

O iluminismo foi uma corrente filosófica que ganhou força no século XVII na Europa e atingiu seu auge no século XVIII, principalmente com ideias de grandes filósofos, como por exemplo Jean-Jacques Rousseau. O nome iluminismo determina o fim das trevas, ou, aplicando-se à realidade, o fim da exploração aos oprimidos: “Povos livres, lembrem-se desta máxima: pode-se adquirir a liberdade, mas recuperá-la jamais”. (ROUSSEAU, 2012, p. 61). Nas doutrinas destes filósofos, é frequente as palavras de auxílio à compreensão do surgimento, funções e desvios de funções do Estado, bem como o auxílio à compreensão de como a fé deveria ser substituída, em parte, pela razão: “São os homens que fazem o Estado, e é o território que alimenta os homens; essa relação, portanto, é que a terra seja suficiente para a manutenção de seus habitantes e que haja tantos habitantes quantos a terra puder alimentar.” (ROUSSEAU, 2012, p. 64).  Porém, não significa dizer que um filósofo do século XVIII, hoje denominado filósofo iluminista, era ateu. Devemos ter muito cuidado com isso. 

Pois bem, a dispersão dessas ideias iluministas serviu para o embasamento da rebelião norte-americana, como aqui já exposto, e irá servir como um dos elementos propulsores para a revolução francesa, que se articulava já nos anos anteriores a 1789.

A revolução (14/07/1789)

O nível de insatisfação popular era muito grande.  O povo, seja embasado por ideais iluministas ou com armas patrocinadas pelos burgueses, foi às ruas com o objetivo de tomar o poder e arrancar do governo a monarquia comandada pelo rei Luis XVI. O primeiro alvo dos revolucionários foi a Bastilha. A Queda da Bastilha em 14/07/1789 marca o início do processo revolucionário, pois a prisão política era o símbolo da monarquia francesa.

O lema dos revolucionários era "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", pois ele resumia muito bem os desejos do terceiro estado francês. Cabe até uma reflexão aqui, pois a liberdade aqui vista como lema, poderia ser muito bem, e também, um desejo de maior participação política e liberdade econômica por parte dos burgueses, o que irá consolidar, futuramente, o liberalismo econômico.

Durante o processo revolucionário, grande parte da nobreza deixou a França, porém a família real foi capturada enquanto tentava fugir do país. Presos, os integrantes da monarquia, entre eles o rei Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta foram guilhotinados em 1793. O clero também não saiu impune, pois os bens da Igreja foram confiscados durante a revolução.

No mês de  agosto de 1789, a Assembleia Constituinte cancelou todos os direitos feudais que existiam e promulgou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este importante documento trazia significativos avanços sociais, garantindo direitos iguais aos cidadãos, além de maior participação política para o povo.

Os acontecimentos sucessores à revolução merecem muita atenção, pois desencadearão uma política e formas de governo que afetarão grande parte do Ocidente. Por isso tem-se a revolução francesa como um marco histórico e, não à toa, marca, segundo a divisão histórica elaborada e consolidada, o início de nossa era, a História Contemporânea.

Símbolo da Revolução Francesa

Um dos símbolos da revolução francesa é esta pintura abaixo. Analise a imagem. É possível relacionar a imagem aos lemas dos revolucionários? De que forma se pode fazer a relação? Quais outros elementos da revolução são encontrados na imagem?
Imagem retirada de thoth3126.com.br ¹


Bibliografia:

ROUSSEAU, Jean-Jacques. O contrato social. Porto Alegre, RS: L&PM, 2012. 160p.

¹Imagem retirada de http://thoth3126.com.br/revolucao-francesa-a-historia-parece-estar-se-repetindo/. Acesso em 13 de Outubro de 2015.

Por Marcos Evaldt

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