Os antecedentes da revolução
A França, atual país europeu, às vésperas do ano de 1789,
era uma monarquia absolutista, ou seja, governada por um rei com poderes
absolutos. Isto significa que o poder era centralizado e que qualquer oposição
seria duramente repreendida. Este tipo de governo marcou os estados europeus
modernos, ou seja, os reinos surgidos após o declínio do sistema feudal
medieval.
O reino francês, social e economicamente falando, estava dividido em 3 classes, ou como é comum nos livros de história, estados: clero, nobreza e povo. Formava-se uma espécie de pirâmide, onde primeiro vinha o clero (relacionado à Igreja Católica), em segundo vinham os nobres (amigos do rei e toda a aristocracia = ricos e privilegiados) e, abaixo, no alicerce da pirâmide, quem realmente sustentava os privilégios dos dois primeiros estados: o povo. Neste último estado podemos incluir também a burguesia, que era constituída pelo grupo de comerciantes e donos tanto de pequenos como grandes estebelecimentos comerciais (não esqueçamos que na Idade Moderna irão surgir os elementos necessários ao surgimento do capitalismo atual).
O reino francês, social e economicamente falando, estava dividido em 3 classes, ou como é comum nos livros de história, estados: clero, nobreza e povo. Formava-se uma espécie de pirâmide, onde primeiro vinha o clero (relacionado à Igreja Católica), em segundo vinham os nobres (amigos do rei e toda a aristocracia = ricos e privilegiados) e, abaixo, no alicerce da pirâmide, quem realmente sustentava os privilégios dos dois primeiros estados: o povo. Neste último estado podemos incluir também a burguesia, que era constituída pelo grupo de comerciantes e donos tanto de pequenos como grandes estebelecimentos comerciais (não esqueçamos que na Idade Moderna irão surgir os elementos necessários ao surgimento do capitalismo atual).
Em resumo, temos o seguinte quadro da sociedade francesa do
século XVIII (18):
Não podemos esquecer que os estados europeus modernos
tiveram como regra a adoção de governos aliados à Igreja, isto é, governos que
não eram laicos (Estado separado da Igreja).
Às vésperas da revolução, o terceiro estado via-se em
uma situação de extrema pobreza e com consciência de um futuro muito pior, caso
nada fosse feito para mudar a situação. Junto disso, tinha-se a insatisfação da
burguesia, que apesar do acúmulo de capital, não possuía participação política
e, ao mesmo tempo, era a que mais pagava impostos para manter os luxos dos dois
primeiros estados. Lembrando que o rei francês neste contexto era Luís XVI.
Nessa linha, podemos falar em revolução burguesa,
pois como veremos, será a burguesia que disporá ao restante do terceiro estado
elementos, inclusive psicológicos, para a formação de um corpo social ávido por
sangue monárquico.
Os ideais iluministas
Não podemos esquecer que o século XVIII foi um século
de mudanças, não só na Europa, como no mundo todo. Basta olharmos para a
América do Norte e percebermos que em 1776 as colônias norte-americanas
rebelaram-se contra o domínio inglês, obtendo, na década de 1880, uma vitória
histórica sobre a metrópole. Este fato, muitos dizem, acendeu o espírito
rebelde nas sociedades que se achavam exploradas, principalmente as que
dispunham de embasamentos iluministas. E é este o ponto que devemos enfatizar
agora.
O iluminismo foi uma corrente filosófica que
ganhou força no século XVII na Europa e atingiu seu auge no século XVIII,
principalmente com ideias de grandes filósofos, como por exemplo Jean-Jacques
Rousseau. O nome iluminismo determina o fim das trevas, ou, aplicando-se à
realidade, o fim da exploração aos oprimidos: “Povos livres, lembrem-se desta
máxima: pode-se adquirir a liberdade, mas recuperá-la jamais”. (ROUSSEAU, 2012,
p. 61). Nas doutrinas destes filósofos, é frequente as palavras de auxílio à
compreensão do surgimento, funções e desvios de funções do Estado, bem como o
auxílio à compreensão de como a fé deveria ser substituída, em parte, pela
razão: “São os homens que fazem o Estado, e é o território que alimenta os
homens; essa relação, portanto, é que a terra seja suficiente para a manutenção
de seus habitantes e que haja tantos habitantes quantos a terra puder
alimentar.” (ROUSSEAU, 2012, p. 64). Porém,
não significa dizer que um filósofo do século XVIII, hoje denominado filósofo
iluminista, era ateu. Devemos ter muito cuidado com isso.
Pois bem, a dispersão
dessas ideias iluministas serviu para o embasamento da rebelião
norte-americana, como aqui já exposto, e irá servir como um dos elementos
propulsores para a revolução francesa, que se articulava já nos anos anteriores
a 1789.
A revolução (14/07/1789)
O nível de insatisfação
popular era muito grande. O povo, seja
embasado por ideais iluministas ou com armas patrocinadas pelos burgueses, foi
às ruas com o objetivo de tomar o poder e arrancar do governo a monarquia
comandada pelo rei Luis XVI. O primeiro alvo dos revolucionários foi a
Bastilha. A Queda da Bastilha em 14/07/1789 marca o início do processo
revolucionário, pois a prisão política era o símbolo da monarquia francesa.
O lema dos revolucionários
era "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", pois ele resumia muito bem
os desejos do terceiro estado francês. Cabe até uma reflexão aqui, pois a liberdade
aqui vista como lema, poderia ser muito bem, e também, um desejo de maior
participação política e liberdade econômica por parte dos burgueses, o que irá
consolidar, futuramente, o liberalismo econômico.
Durante o processo revolucionário, grande parte da nobreza deixou a França, porém a família real foi capturada enquanto tentava fugir do país. Presos, os integrantes da monarquia, entre eles o rei Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta foram guilhotinados em 1793. O clero também não saiu impune, pois os bens da Igreja foram confiscados durante a revolução.
No mês de agosto de
1789, a Assembleia Constituinte cancelou todos os direitos feudais que existiam
e promulgou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este importante
documento trazia significativos avanços sociais, garantindo direitos iguais aos
cidadãos, além de maior participação política para o povo.
Os acontecimentos sucessores
à revolução merecem muita atenção, pois desencadearão uma política e formas de
governo que afetarão grande parte do Ocidente. Por isso tem-se a revolução
francesa como um marco histórico e, não à toa, marca, segundo a divisão
histórica elaborada e consolidada, o início de nossa era, a História
Contemporânea.
Símbolo da Revolução Francesa
Um dos símbolos da revolução francesa é esta pintura abaixo. Analise a imagem. É possível relacionar a imagem aos lemas dos revolucionários? De que forma se pode fazer a relação? Quais outros elementos da revolução são encontrados na imagem?
Imagem retirada de thoth3126.com.br ¹ |
Bibliografia:
ROUSSEAU, Jean-Jacques. O contrato social. Porto Alegre, RS: L&PM, 2012. 160p.
¹Imagem retirada de http://thoth3126.com.br/revolucao-francesa-a-historia-parece-estar-se-repetindo/. Acesso em 13 de Outubro de 2015.
Por Marcos Evaldt