Pesquisar neste blog

terça-feira, 6 de maio de 2014

A tecnologia e o fim das ideologias

CURTA A FAN PAGE DO QUERO HISTÓRIA LÁ NO FACEBOOK:
https://www.facebook.com/querohistoria

Começamos com uma pergunta que talvez seja a linha orientadora da leitura aqui apresentada: qual o ser humano com vida é considerado o grande pensador de nossa época, o século 21?

Na escola básica, Vários pensadores modernos e pré-modernos nos foram apresentados, cujos ideais eram os de construir uma sociedade mais justa e solidária, ou apenas mais harmoniosa com os “futuros” que estavam por vir (não se pretende aqui falar sobre socialismo ou capitalismo).
Muitas dessas ideias foram escritas nos antigos pergaminhos, ou com as lendárias canetas de pena. Diferentemente, hoje temos vários meios tecnológicos para propagarmos os ideais de uma maneira global, inclusive no exato momento em que temos tais ideias. Com isso, faz-se a pergunta: qual a relação do PODER de propagar, devido à alta tecnologia, com a REAL construção de ideologias?

O que se tem visto na atualidade é uma preocupação única com o meio, ocasionando, com isso, uma despreocupação com a consecução de alcançar um objetivo social futuro, que seria planejado por uma ideologia. Essa preocupação com o meio caracteriza-se por uma preocupação social em tratar apenas da resolução dos problemas atuais. Tal preocupação desdobra-se e verifica-se na fartura de escolhas tecnológicas, cujos artefatos tornam-se descartáveis em poucos dias, devido ao pensamento social de que o novo produto é visto como fundamental para a continuação da vida na “rede social”. O aparelho de modelo número 1 encontra-se desatualizado quando comparado ao de número 2, e assim sucessivamente. A preocupação com o meio caracteriza-se também pela acumulação patrimonial e um desleixe com o futuro da convivência em sociedade. Observar as “curtidas” na foto da rede social tem sido mais relevante do que a convivência na verdadeira rede social. Com isso, estamos perdendo a reflexão crítica sobre a tecnologia; esta visão acrítica nos faz esquecer indagações como: qual a importância deste artefato tecnológico? O que posso alcançar com ele?  Ou seja, a reflexão sobre o valor das coisas está sendo mais lenta (ou nem exista) que a produção destas.
Com isso, estamos perdendo a capacidade de construir uma sociedade ideal. É o que dizem ser “o fim das ideologias”. Prefere-se viver o hoje com o que se tem nele do que fazer uma reflexão sobre este conteúdo do atual e quais as suas consequências para a sociedade. Talvez uma frase resuma as práticas pouco reflexivas da sociedade atual: “pouco importa a construção de uma sociedade fundamentada em valores éticos e morais, pois tudo é assim porque sempre foi e sempre será assim.”

Onde estão nossos ideais de civilização? Talvez seja esta escassez ideológica que faz qualquer revolucionário transformar-se em um idiota perante a sociedade, que faz toda reflexão revolucionária tornar-se idiota. Dificilmente se terá com quem conversar quando o assunto for um ideal revolucionário. Desse modo, vamos sempre deixar que outros decidam e interfiram por nós, que, em estado de escravização tecnológica e mental, nos sentimos à parte de todas as mazelas sociais e atribuímos a culpa aos que são nossos representantes, e nada mais que isso. Esta desresponsabilização psicológica talvez seja um dos primeiros indícios da nossa despreocupação com o futuro em sociedade e do fim integral das ideologias.

Por Marcos Evaldt


Nenhum comentário:

Postar um comentário