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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Brasil colonial: da escravidão indígena para a africana

Para começar, é preciso dizer que os índios não foram (na época colonial brasileira) nem são vadios ou preguiçosos, como pretendem muitos por ai. 
Conhece-se que houve a escravidão negra no Brasil, mas muitas vezes não se sabe a respeito da escravidão indígena, aqui existente, logo após a chegada portuguesa em nossas terras. 
Devemos saber "que houve uma passagem da escravidão do índio para o negro, que variou no tempo e no espaço." (FAUSTO, 2002, p. 49). Ou seja, inicialmente obteve-se o trabalho escravo indígena e posteriormente preferiu-se, pela Coroa Portuguesa, o escravo de origem africana. Conforme Boris Fausto:

A escravização do índio chocou-se com uma série de inconvenientes, tendo em vista os fins da colonização. Os índios tinham uma cultura incompatível com o trabalho intensivo e regular e mais ainda compulsório, como pretendido pelos europeus. [...] Apenas faziam o necessário para garantir sua subsistência, o que não era difícil em uma época de peixes abundantes, frutas e animais. [...] As noções de trabalho contínuo ou do que hoje chamaríamos de produtividade eram totalmente estranhas a eles. (2002, p. 49).

Vários outros fatores contribuíram para a "desistência" portuguesa da utilização de mão-de-obra escrava indígena. Vamos a alguns deles:

  • Diferentemente dos negros, os índios conheciam o território, o que possibilitava fugas e resistências à escravidão. (Fausto, 2002, p. 50).
  • Duas ondas epidêmicas, em 1562 e 1563, mataram mais de 60 mil índios, devido ao contato com doenças "novas" para as quais os indígenas ainda não possuíam defesa biológica: sarampo, varíola, gripe, etc. Tal índice de mortalidade dos índios, que em parte se dedicavam a plantar gêneros alimentícios, gerou uma terrível fome no Nordeste e perda de braços para o trabalho. Tais fatos fizeram com que a Coroa começasse a adotar medidas para tentar impedir o morticínio e a escravização desenfreada dos índios. (Fausto, 2002, p. 50).
Devido a tudo isso, a partir da década de 1570, a Coroa portuguesa começou a incentivar a importação de escravos africanos. 

Dado espantoso sobre a escravidão africana em solo brasileiro: "estima-se que entre 1550 e 1855 entraram pelos portos brasileiros 4 milhões de escravos, na sua grande maioria jovens do sexo masculino". (Fausto, 2002, p. 51).

FONTES:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 10. ed. - São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2002.

Por Marcos Evaldt

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